Uma conversa entre amigos, pautada pelo humor e pela cumplicidade. "Tudo o que tenho a dizer está nos meus livros", disse certa vez Carlos Drummond de Andrade, avesso, habitualmente, a falar sobre a própria vida. No entanto, ao conversar em 1954 com a amiga e jornalista Lya Cavalcanti numa série de oito programas gravados para o rádio, sua discrição foi aos poucos se dissipando. A transcrição desses encontros, chamados de "Quase memórias", viria a ser publicada nas páginas do Jornal do Brasil anos mais tarde e, em 1986, ganharia forma em livro. No posfácio escrito para esta edição, Elvia Bezerra comenta que em Tempo vida poesia está "impregnado o frescor, a inteligência e a vivacidade de uma conversa entre dois jornalistas amigos tão diferentes em suas personalidades quanto afinados no que há de humano e intelectualmente essencial".