Em reportagem de tirar o fôlego, autores revelam os bastidores das investigações do caso que ainda assombra o BrasilNa noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros no Estácio, zona central da cidade do Rio de Janeiro. Liderança nascida e criada na favela, a quinta vereadora com mais votos no pleito em que foi eleita, Marielle era ao mesmo tempo assertiva e carismática em seus posicionamentos, fosse na defesa de moradores de áreas dominadas por milícias, fosse nas reivindicações ligadas às comunidades LGBTQIA+. Seu assassinato se tornou emblemático não somente por ser um claro ataque à democracia e às bandeiras defendidas pela parlamentar, mas também por ter marcado um novo patamar de atuação da criminalidade na cidade.Mesmo sem dar uma resposta definitiva ao caso, as diversas linhas de investigação tomaram as manchetes dos jornais, foram amplamente discutidas nas redes sociais e colocaram holofotes sobre a estrutura do crime organizado carioca, suas áreas de atuação e práticas. Em meio aos debates sobre a federalização das investigações, o legado político de Marielle e a pressão da opinião pública por respostas, tornou-se cada vez mais clara a onipresença das organizações criminosas na cidade, suas redes internas e elos externos.Jornalistas investigativos dedicados ao caso Marielle e Anderson desde o início, Chico Otavio e Vera Araújo mostram como o caso foi determinante para escancarar a atuação do crime na capital fluminense. Repórteres experientes e testemunhas de longa data de várias investigações policiais na capital, Chico e Vera esmiuçaram a rede que movimenta o submundo carioca e seus múltiplos agentes. Traficantes, milicianos, torturadores egressos dos porões da ditadura, ex-policiais altamente treinados assumindo o papel de assassinos de aluguel, bicheiros e as disputas travadas entre eles estão por toda parte e povoam as páginas de Mataram Marielle.